quinta-feira, 14 de junho de 2018

A Justificação pela fé - livres da culpa


“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” - Romanos 1.17.

A doutrina da justificação pela fé traz um grande alivio e alegria para os filhos de Deus, pois através dela compreendemos que a nossa salvação não depende das obras que fazemos ou deixamos de fazer, mas que provém unicamente da graça de Deus, graça essa que nos justifica, perdoa, apaga os nossos pecados e nos aceita como filhos.

O que é justificação?  Segundo o dicionário bíblico Vida Nova “justificar é um termo jurídico que significa absolver ou declarar justo”. A justificação é o ato pelo qual Deus, por Sua graça, perdoa nossos pecados e nos declara justos diante dEle, mediante a nossa fé em Cristo Jesus. A justificação liberta o homem da culpa do pecado, trazendo a certeza de que foi aceito por Deus.

Aquele que é justificado por Deus é absolvido da culpa e do castigo, não recebendo a imputação dos seus pecados, pois Cristo como Cordeiro substituto, os levou sobre Si cravando-os na cruz. Dessa forma, Cristo Jesus satisfez a justiça de Deus, sendo obediente até o fim (Fp 2.8; 2 Co 5.19; Rm 4.25); Ele pagou a nossa dívida ( Cl 2.14) e contra nós, os que fomos chamados segundo o decreto de Deus, já não resta uma gota sequer da ira divina.

Uma vez que fomos justificados por Deus, já não resta mais nenhuma acusação contra nós (Romanos 8.1). Como disse o apostolo Paulo: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós’’ (Romanos 8.33,34). 
Destarte, já não há nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo, para aqueles foram justificados por Deus. 

Somos justificados unicamente por causa de Cristo. A total obediência de Cristo aos mandamentos de Deus é imputada a nós, e por estarmos unidos a Ele, pela fé, somos considerados e vistos como justos diante de Deus; mas isso não é porque somos justos, pois de fato não somos, somos pecadores por natureza, merecedores da ira. Entretanto, Deus nos vê como justos porque a justiça de Seu Filho, ou seja, a perfeita obediência de Cristo, é atribuída a nós, eleitos de Deus.

Entendemos então que Deus só justifica o homem por causa de Cristo. Sendo assim a justificação não se dá com base em méritos ou esforço pessoal, mas unicamente com base naquilo que Cristo fez, sendo a justiça d'Ele a base da nossa justificação: ''Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação'' (Rm 4.25).

Não há nada que o homem possa fazer para ser justificado por Deus. Portanto, realizações humanas, obras da lei, indulgências, etc. são absolutamente inúteis para se alcançar o favor de Deus. Como ensina o apostolo Paulo: não recebemos a justificação por cumprirmos as obras da lei, mas sim pela fé em Cristo.

"Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei".(Romanos 3.28)

Vale ressaltar que não é a fé que justifica o homem. A confissão Belga diz que a fé é o instrumento com que abraçamos Cristo, nossa justiça. Se a fé fosse um elemento justificador, então a justificação seria algo meritório. Mas não é assim. Quem justifica é Deus por sua graça, e o meio pelo qual nos apropriamos da justificação é a fé. A nossa fé em Cristo (essa fé não vem de nós, é dom de Deus) nos é imputada como justiça.

A justificação não acontece progressivamente, pelo contrário, é algo instantâneo e acontece apenas uma vez. E não existe isso de mais ou menos justificado; ou o homem foi de uma vez justificado por Deus, ou ele não foi justificado e permanece ainda debaixo da ira de Deus. 

Aqueles a quem Deus escolheu de antemão, a estes justificou:

"Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou" (Romanos 8. 29, 30).

O fato de Deus justificar os seus eleitos não significa que eles não mais pecarão. Sim, eles correm ainda o risco de caírem em pecado, mas eles nunca decairão do estado de justificação. Todavia, ainda que pequem, Deus, como Pai que corrige seus filhos "visitará com a vara a sua transgressão, e a sua iniquidade com açoites" (Sl 89. 32). Mas Deus jamais retirará dos seus filhos a Sua benignidade, nem faltará com a Sua fidelidade ( Sl 89.33).

"Somos feitos verdadeiramente justos, como dissemos, pela fé em Cristo, só pela graça de Deus, que não nos imputa os nossos pecados, mas a justiça de Cristo, e por isso, ele nos imputa a fé em Cristo como justiça". (Segunda Confissão Helvética).

Por causa da justificação, temos paz com Deus (Romanos 5.1), ou seja, não somos mais inimigos nem estamos debaixo da Sua santa ira. Pelo contrário, agora somos filhos, reconciliados por meio do Sangue de Cristo, participantes das bênçãos da salvação, e herdeiros da promessa (Rm 8.17; Gl 3.29; Tt 3.7; Tg 2.5).

Agora que Deus perdoou nossos pecados e nos justificou, nem mesmo o Diabo pode nos acusar. Não há ninguém no mundo, na terra ou céu, que possa levantar acusação contra os eleitos de Deus (Rm 8.33). Se pecarmos, Cristo é o nosso advogado e o Seu sangue precioso nos purifica de toda injustiça. (1 Jo 1.7, 9).

Priscila Gomes

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