sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Andai como filhos da luz

Toda gloria seja dada ao Deus eterno,  pois Ele nos resgatou da nossa vã maneira de viver. 

Antes da cruz éramos inimigos de Deus e filhos da ira por natureza. Vivíamos segundo o curso deste mundo, satisfazendo a vontade da nossa natureza pecaminosa e desonrando ao Deus, que é três vezes santo, com nosso modo de viver pecaminoso. Definitivamente merecíamos a ira e a condenação eterna, pois mui grande foi o nosso pecado. Porém, Deus que é riquíssimo em misericórdia (Efésios 2.4), não nos abandonou no pecado e deu- nos, gratuitamente, um presente inefável - a sua graça, que foi manifestada em Cristo Jesus, o nosso Salvador.

Nós, que anteriormente estávamos longe de Deus, fomos aproximados Dele mediante o sangue de Cristo Jesus, ganhamos assim uma nova vida e uma nova identidade em Cristo, e, além disso, fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais (Efésios 1.3). Anteriormente éramos filhos das trevas e vivíamos na inutilidade dos nossos pensamentos e das nossas obras mortas.

Porém, o nosso quadro de pecado e miserabilidade mudou quando a graça de Deus, soberanamente, nos alcançou. Em Cristo fomos regenerados. Recebemos de Deus um novo coração, sendo então transformados em novas criaturas. ( 2Coríntios 5.17).

Diante de tantas bênçãos espirituais e privilégios incalculáveis que recebemos  do Senhor, como nos convém viver? Convém-nos viver de modo digno da vocação com que fomos chamados (Efésios 4.1); convém-nos viver de modo digno do evangelho de Cristo (Filipenses 1.27); convém-nos andar e ''viver de modo digno do Senhor, agradando-lhe plenamente, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus'' (Colossenses 1.10)

Como filhos da luz, temos de também caminhar na luz, como convém aos filhos de Deus. Muitos têm vivido como tolos, fazendo e dizendo o que não convém, envergonhando assim o evangelho de Cristo. Muitos por aí se intitulam cristãos, porém, ao invés de viverem como filhos da luz, vivem  o oposto, como filhos das trevas, se entregando aos prazeres carnais, à imoralidade, a desejos maus, à impureza, à mentira, a fofoca, às discussões e bate boca, à maledicência, às linguagens indecentes, à ira, etc. Os tais dizem-se cristãos, porém não abandonaram a antiga maneira de viver e nem fizeram morrer as coisas pertencentes a antiga natureza pecaminosa, e dessa forma vão se corrompendo por seus desejos enganosos (Efésios 4.22); isso somente prova que os que vivem dessa forma, mesmo reivindicando para si o título de cristão, não nasceram de novo, antes continuam mortos em seus delitos e pecados e, consequentemente, permanecem debaixo da santa e justa ira de Deus.

Diferentes dos filhos das trevas, os filhos da luz, mediante o favor imerecido de Deus, se despiram do velho homem, e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador (Colossenses 3.10). 

Como filhos da luz, temos de viver de maneira santa, irrepreensível e exemplar no nosso comportamento. Se a Palavra de Deus nos instrui a vivermos de maneira reta, é porque é possível, sempre com a ajuda do Espírito Santo, pois Ele é quem nos guia em toda verdade (João 16.13).  Mas apesar disso, muitos usam desculpas esfarrapadas, alegando que ninguém é santo ou perfeito, somente para justificar sua vida de pecado. Se a Bíblia diz para sermos imitadores de Deus como filhos amados (Efésios 5.1), é porque é possível. Não somos perfeitamente santos, mas se obedecermos as diretrizes de Deus, reveladas nas Escrituras, seremos perfeitos (ainda que não plenamente), como Ele deseja.

Quando vivemos de maneira santa o inimigo fica sem ter do que nos acusar, e assim, é ele próprio quem fica envergonhado (Tito 2.8). Se andarmos ''honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e invejas'' (Romanos 13.13), o mundo fica sem ter do que nos acusar.

Como identificar os filhos da luz? Identificamos os filhos da luz através do seu procedimento condizente com a Palavra. Os frutos revelam se uma árvore é boa ou má (Mateus 7.16,17). Agora vejamos abaixo como é o proceder dos filhos da Luz, os verdadeiros eleitos de Deus:

Os filhos da luz fazem todas as coisas sem murmurações (Filipenses 2.15); andam em amor (Efésios 5.2); não se embriagam com o vinho em que há contenda, antes enchem-se do Espírito (Efésios 5.18); não mentem uns aos outros, visto que já se despiram do velho homem com suas práticas (Colossenses 3.9); não pagam o mal com o mal, antes segue sempre o bem (1Tessalonicenses 5.15); em tudo dá graças a Deus (1Tessalonicenses 5.18); não são participantes das obras infrutuosas da trevas, antes condenam-na (Efésios 5.11); aprovam tudo o que é agradável ao Senhor (Efésios 5.10); são pacientes na tribulação e perseveram na oração (Romanos 12.12); dão muitos frutos para a glória de Deus (João 15.8); guardam os mandamentos de Cristo e permanecem em Seu amor (João 15.10); são santos em toda a maneira de viver (1Pedro 1.15).

Listei apenas essas referências, porém há muitas outras que indicam como os filhos de Deus devem viver.

É dessa forma que o Pai Celestial deseja que seus eleitos vivam, de forma agradável a Ele e de modo digno de Cristo. Recebemos um dom e uma herança inefável de Deus, por isso temos de viver de maneira harmoniosa com aquilo que recebemos. Portanto que todos nós, eleitos de Deus, continuemos a viver em Cristos Jesus, enraizados, edificados e firmados na fé, transbordando de gratidão a Deus (Colossenses 2.7). 

Diante de tudo o que recebemos de Deus, temos mesmo o dever de andarmos de modo santo, justo e reto, para a glória de Deus.  Quando buscamos compreender o amor de Deus e quando entendemos tudo o que Ele fez por nós, o nosso coração transborda de alegria e se enche de regozijo por causa do amor de Deus, e isso de tal forma que o desejo do nosso coração será agradá-Lo em tudo. Então se é assim, engajemo-nos diariamente em buscar compreender, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejamos cheios de toda a plenitude de Deus (Efésios 3.18,19), e assim, motivados por esse amor tão meigo e singelo podermos viver como filhos da luz, de modo digno e sincero, resplandecendo como astros no mundo.


''Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz'' 
(Efésios 5.8)


Priscila Gomes

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Oferte o seu melhor a Deus

Maria, irmã de Lázaro, em certa ocasião, ungiu os pés de Jesus com um perfume muito caro feito de nardo puro. O nardo ''é uma planta originária do Nepal, China e Índia cujo óleo essencial é usado como perfume ou para fins medicinais¹.''

Um dos discípulos de Jesus, Judas Iscariotes, se admirou grandemente por ver tamanho desperdício (é claro que não foi desperdício nenhum), pois tal perfume era caríssimo e ele só conseguia pensar no dinheiro que poderia obter com a venda do mesmo (João 12.5-6).

O interessante é que Maria não se importou com isso, pelo contrário, movida pelo amor e gratidão por tudo o que Jesus havia feito por sua família, simplesmente pegou seu frasco de perfume e derramou aos pés d'Ele. Ela não teve pena de derramar uma gota sequer daquele caro perfume aos pés do Homem que fez o impagável por ela. Alguns dias antes, Maria e Marta, sua irmã, estavam tristes e desconsoladas, pois seu querido irmão Lázaro havia morrido em decorrência de uma doença. Para elas não havia nenhum vislumbre de esperança visto que seu irmão já estava morto e sepultado; então, tudo o que bastava era chorar e se lamentar pela morte do seu amado irmão que, certamente, havia protegido e cuidado  delas com amor e carinho.

Quando tudo parecia perdido e sem solução, chega Jesus, trazendo esperança. Ele mesmo, a própria ressurreição veio trazer novamente à vida aquele que tinha morrido. Após dar graças a Deus ( João 11.41), Jesus ordena que Lázaro, que estava há quatro dias no túmulo e já cheirando mal (João 11.39), saísse para fora (João 11.43), e como o chamado do Senhor é irresistível, até o morto teve que obedecer-Lhe. Quão admirados, surpresos, espantados e maravilhados ficaram todos os que ali estavam presentes! Quem mais a não ser Deus poderia fazer tal milagre? Certamente, as duas irmãs, ao verem seu irmão com vida novamente, choraram, mas dessa vez, de alegria e gratidão a Deus.

Dinheiro nenhum poderia fazer o que Jesus havia feito. O perfume de Maria era caríssimo, mas o valor desse perfume era irrelevante comparado ao que Jesus fez. No entanto, tal perfume não deixava de ser valioso. Então, como forma de expressar seu amor e gratidão pelo que o Mestre tinha feito, ela pegou seu frasco e derramou o seu valioso unguento nos pés Daquele que fez o impossível por ela. Judas achou que Maria desperdiçou com Jesus algo muito valioso, um bem que poderia render muito dinheiro a ela (ou a ele?); porém Maria não olhou para isso, pois diferente de Judas, que era um mercenário, ela era de fato devota a Cristo e O amava de todo o coração e profundamente, e sabia que todo sacrifício por Jesus valia a pena.

Agora, paremos e reflitamos. O que temos de valioso que podemos ofertar ao nosso Salvador? Será que temos dado o nosso melhor a Ele? Ele nos deu tudo, nos deu a vida, nos livrou da morte e ainda prometeu vir nos buscar para estarmos com Ele na glória (João 14.3). Agora pense. Que dinheiro pode comprar o presente que Ele nos deu gratuitamente? Digo que nem mesmo todo dinheiro do mundo seria suficiente. 

Não podemos ter pena de ofertar ao Senhor aquilo que temos de mais valioso - o nosso tempo, a nossa força - e se assim o Senhor quiser, não devemos hesitar em servir ao reino Dele com os nossos bens, com nosso dinheiro (ainda que pouco) e vou além, com a nossa própria vida se for preciso.   

A Bíblia diz para servirmos ao Senhor com alegria: "Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico" (Salmos 100.2). É muito oportuno lembrar-se daquela pobre viúva que ofertou ao Senhor duas moedinhas (Lucas 211-4). Duas moedas eram tudo o que ela tinha e era todo o seu sustento. Mesmo assim ela o fez com alegria. Os ricos depositavam no ofertório somente sobras, restos, aquilo que não queriam nem precisavam; mas diferente deles, a pobre mulher viúva deu todo o dinheiro que possuía sem se preocupar se passaria por necessidades devido a falta daquelas moedinhas. Mas o que importa é que ela estava firmemente segura que o Dono do ouro e da prata cuidava dela. 

Devemos manifestar em todo tempo nossa sincera devoção e gratidão ao Senhor, pois o que Ele fez por nós, ninguém no universo poderia fazer. O que Jesus fez por Maria, Marta e Lázaro, ninguém e nem todo o dinheiro do mundo seria capaz de realizar. Antes disso, os três já amavam profundamente ao seu Senhor, mas depois de terem visto a glória de Deus, creio que amaram ainda mais.

Por fim, essa mulher piedosa e temente a Deus (Maria), foi e ainda é um exemplo de amor, de devoção e de fervor para todo seguidor de Cristo; lembrando que ela é mesma Maria que se assentava aos pés de Jesus para ouvir seus ensinamentos (Lucas 10.39). Ela sentia fome pela verdade e não perdia uma oportunidade de aprender aos pés do Mestre! 

Querido leitor(a), tal como aquela viúva, não dê sobras a Deus; e assim como Maria, não sinta pena de ofertar ao Senhor o que tens de melhor, como forma de gratidão por todos os benefícios que Ele, graciosamente, tem dado a você.

"Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?" 
(Salmos 116,12)


-Priscila Gomes
_________________________________
¹ https://www.significados.com.br/nardo