Deus tinha todos os motivos
justos para rejeitar por completo o povo de Israel. Povo esse extremamente
rebelde, obstinado, soberbo, ingrato, de duro coração, idólatra e que se
portava de maneira infiel, quebrando constantemente sua aliança com Deus. Esse
povo tinha tudo para ser um grande exemplo de povo de Deus para todas as nações
da terra. Porém, seguindo a vaidade do seu coração, fracassaram nesse intento. Pode-se
afirmar convictamente que se não fosse pela infinita graça de Deus, Israel hoje
não existiria.
Ao longo de todo o Antigo
Testamento o grande amor, fidelidade e paciência de Deus para com seu povo - Israel -
são percebidas. Ao invés de permitir que o terrível ardor da Sua Santa ira
consumisse de todo Israel, devido à multidão dos seus pecados, Deus sempre
buscava reconcilia-los consigo novamente, mandando seus santos profetas com
mensagens de repreensão para tocá-los, na tentativa de levá-los ao arrependimento e fazê-los tornar à comunhão.
Todavia, a imensa impiedade e destemor entranhados no coração daquele povo o levaram a rejeitar as oportunidades de reconciliação oferecidas por Deus. No auge
da maldade, como se não bastassem tantos pecados, acrescentavam mais ainda assassinando sem misericórdia os portadores das boas novas Divina.
Israel chegou a fazer pior do que
as nações a qual Deus havia destruído devido as grandes abominações que praticavam (2 Reis
21.9). Deus não era tolerante com o pecado, pelo contrário, castigava aqueles
que deliberadamente transgrediam a sua lei. Quando o pecado chegou a níveis
extremos Ele entregou o seu povo nas mãos dos seus inimigos, que os levaram
para a Babilônia e lá ficaram cativos por setenta anos, segundo profetizara o
profeta Jeremias (Cf. Jr 25).
Contudo, por ser perdoador,
clemente, misericordioso, tardio em irar-se e grande em beneficência (Ne 9.17),
Ele não rejeitou e nem abandonou seu povo a quem elegera desde o princípio. Não
fosse a imensidão das misericórdias e bondade de Deus, decerto, Israel seria um
povo extinto.
Deus amou um povo indigno, que
não merecia nem de longe o seu terno amor, pois era um povo teimoso que insistia em andar
por um caminho que não era bom, seguindo suas próprias inclinações (Is 65.2). Mas
ainda assim Ele amou. Amou de uma forma soberana, imutável e espontânea. Uma multidão de pecados não alterou o amor que Deus tinha pelo seu povo, pelo contrário, o amor de Deus para com Israel permaneceu firme como uma rocha.
A igreja do Novo Testamento é o
povo de Deus. É a noiva de Cristo que um dia estará com Ele. Somos o povo
Eleito de Deus (1Pd 2.9), mas o que levou Deus a escolher-nos? Nossa bondade e
justiça? Na verdade não, pois somos mal por natureza, de forma que não temos bondade e nem justiça própria. À parte de Cristo somos apenas corpos vivos,
porém, mortos (espiritualmente falando). De fato não existe absolutamente nada bom em nós que tenha atraído o amor de Deus. Se somos amados é por graça (Ef 2.8);
somos escolhidos por graça; regenerados por graça; adotados e justificados por
graça. É graça do começo ao fim.
É por causa da misericórdia de
Deus que ainda pisamos este chão. Podemos soberbamente pensar que somos
melhores do que o povo de Israel, imaginando em nosso coração que não
cometeríamos os mesmos pecados que eles cometeram. Engano nosso, pois somos
igualmente pecadores e sujeitos a praticarmos os mesmos tipos de pecados. Quantas
vezes murmuramos e fugimos da perfeita vontade de Deus tal como Israel? Quantas
vezes achamos que sabemos melhor do que Deus e, na nossa tolice, seguimos o
nosso próprio caminho rumo à ruína e perdição? Quantas vezes endurecemos o
nosso coração e nos portamos como uma criança mimada e desobediente ao papai e a mamãe? Mas
Deus é longânimo, paciente, rico em graça e como um excelente pai corrige-nos a
fim de nos colocar no eixo e não permitir que sejamos condenados com o mundo (1Co
11.32).
Não obstante sermos infiel às vezes, Deus, como não pode negar-se a Si
mesmo (2 Tm 2.13), permanece fiel. Somos
filhos de Deus, mas reconhecemos que somos pecadores enquanto estamos nesse
corpo e mundo caído. O que nos conforta é saber que Cristo nos justificou, e uma vez justificados por Cristo
jamais cairemos desse estado de justificação e, independente dos nossos pecados, o amor
de Deus por nós permanece imutável e inabalável.
Temos a plena certeza de que
chegaremos seguramente ao céu porque a nossa fé se encontra arraigada em Cristo e Ele é o nosso firme Guia. Se dependêssemos das nossas próprias ''boas'' obras para podermos entrar no céu, então sim, estaríamos perdidos. Mas aí é que está! Nossa salvação não depende de nós mesmos, mas sim de Cristo - dos méritos dEle, das obras dEle! Se a nossa salvação está nas mãos de Cristo, então, certamente, não nos perderemos jamais, pois Ele mesmo declarou que ninguém pode nos arrebatar das Suas mãos (Jo 10.28).
Somos amados, apesar de sermos falhos e pecadores. Lembre-se disso: nenhum pai deixa de amar o filho por ter cometido alguma falha. Se um pai terreno nunca deixa de amar seu filho por causa de alguma imperfeição, quanto mais Deus deixará de amar seus eleitos. A despeito dos nossos erros, seu amor por nós permanece intacto; Ele nos ama e sempre nos amará e a prova disso é que quando errarmos Ele nos corrigirá, ainda que severamente.
Somos amados, apesar de sermos falhos e pecadores. Lembre-se disso: nenhum pai deixa de amar o filho por ter cometido alguma falha. Se um pai terreno nunca deixa de amar seu filho por causa de alguma imperfeição, quanto mais Deus deixará de amar seus eleitos. A despeito dos nossos erros, seu amor por nós permanece intacto; Ele nos ama e sempre nos amará e a prova disso é que quando errarmos Ele nos corrigirá, ainda que severamente.
Tema a Deus!
Louvado para sempre seja o nosso
Deus por causa da sobre-excelente grandeza do seu amor e graça para conosco,
seus eleitos.
-Priscila Gomes