Ana, certamente, é uma das
mulheres mais admiradas da Bíblia por causa de sua fé inabalável e confiança em
Deus. Conforme o relato bíblico, ela não podia gerar filhos, pois o Senhor fechara-lhe
a madre (1 Sam. 1.7).
Ana, diariamente, tinha de
conviver com o embaraço e a tristeza causada por não poder gerar filhos.
Naquele tempo, a glória de uma mulher estava em ela poder gerar filhos; a
mulher estéril naquele tempo era vista como uma amaldiçoada por Deus.
Além da tristeza profunda por não
poder gerar, Ana tinha de suportar continuamente as excessivas afrontas de sua
insensível competidora, Penina. Talvez, o ciúme tenha sido a causa que levara
Penina aborrecer Ana. Ambas eram esposas de um homem piedoso chamado Elcana, no
entanto, a esposa a quem Elcana amava era Ana.
Por mais que Ana não pudesse
gerar, ainda assim era muito amada e estimada por seu esposo (1 Sam. 1.8), mas,
nada obstante, nem mesmo isso a fez desistir de querer um filho. Ana, por ser
estéril, sabia perfeitamente que só Deus poderia dar-lhe o que sua alma tanto
almejava. Sabendo disso ela pôs-se a orar perseverantemente, derramando a sua
alma diante de Deus, e a perseverança dela fez com que Deus concedesse o desejo
do seu coração (1 Sam. 1.19).
Deus é soberano, e em tudo Ele
tem um propósito. Não foi o acaso que fez Ana ser estéril, ao contrário, foi o
próprio Deus que cerrou a sua madre para que não pudesse engravidar. Mas Ele fez
isso porque tinha um propósito e no momento certo Ele manifestaria Seu poder. Ana,
talvez, não sabia o porquê fora impedida de engravidar, Mesmo assim, não lemos
nas Escrituras que ela murmurou ou ficou com raiva, pelo contrário, lemos que
ela orou incessantemente. Lançando aos pés do Senhor as suas ansiedades, ela se
acalmou e confiou na soberania de Deus.
Que exemplo para nós! Quantas
lições valiosas podemos extrair dessa verídica história. A oração pode
simplesmente mudar a nossa vida. Deus responde a oração dos seus preciosos eleitos, a
qual Ele escolheu soberanamente antes da fundação do mundo. A Bíblia deixa
claro que Deus é bom para os seus filhos (Mateus 7. 7-1). Mesmo quando Ele nos
responde com o ''não'' é para o nosso
próprio bem. Como disse o escritor, C.S. Lewis:
''Se Deus tivesse concedido todas
as orações tolas que eu fiz na minha vida, onde eu estaria agora?''
Devemos louvar e agradecer a Deus
até mesmo quando recebemos d’Ele um ''não'',
pois sendo Ele o nosso Criador, sabe, mais do que nós mesmos, o que é bom para
nós. Um pai que faz todas as vontades do filho não é um bom pai, pois deixa de
ensinar a esse filho que nem tudo o ele que quer é bom ou necessário, fazendo assim com que ele se torne uma pessoa mimada e com sérias dificuldades de aceitar um ''não''.
O fato de sermos cristãos não nos
isenta das aflições e das dificuldades da vida. Temos de fato, como todas as
demais pessoas, problemas em áreas específicas de nossas vidas, porém, o que nos
diferencia é o nosso temor e inabalável confiança em Deus para nos ajudar e para suprir todas as
nossas necessidades.
Nesse tempo difícil em que
estamos vivendo, há múltiplas coisas que inquietam a nossa alma, nos fazendo
ficar preocupados e inseguros. Todavia, Paulo diz:
"Não estejais inquietos
com coisa alguma antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus, pela oração e súplicas, com ações de graças" (Fp 4.6).
Se tivermos problemas difíceis que
nos afligem e inquietam, devemos torná-los conhecidos a Deus por meio da oração,
assim como fez Ana. A oração é uma das nossas armas e não podemos jamais deixá-la
de lado. Dependemos dela.
Após ter derramado sua alma
diante de Deus, Ana, que até então não comia e nem bebia devido à tamanha
tristeza, inquietação e desgosto por ser infértil, foi alcançada pela indescritível paz de
Deus, de modo que até a tristeza fugiu dela (1 Sam 1. 18).
É isso que acontece com os filhos
de Deus quando derramam sua alma diante dEle, eles são alcançados pela paz
Deus (Fp 4.7), pois compreendem que, seja qual for Sua resposta, todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28).
Priscila Gomes